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26 de fev. de 2014

POMBAGIRA MARIA PADILHA


"Maria Padilha traz
no cordão linda figa de ouro,
Saravá, moça bonita da Umbanda,
Sua proteção é um tesouro".

Maria Padilha é a mais popular das pombagiras, conhecida por sua eficiência e rapidez. Encarna o arquétipo da popular, da mulher da rua, literalmente. 

Combativa, determinada, mas também passional e acolhedora com quem mereça sua atenção, uma beleza deslumbrante com olhos flamejantes. Jamais um homem foi capaz de resistir ao perfume de seus cabelos negros, aos seus lábios vermelhos.
Apresenta muitas manifestações, cujo arquétipo varia segundo a linha em que ela caminha. 

Isto também descreve um certo tipo de mulher, aquela que exige respeito, e cujo comportamento é majestoso, mesmo que seja uma mulher pobre ou da classe trabalhadora. Maria Padilha também é um exemplo perfeito de como "novos espíritos" nascem: lendas cresceram em torno da mulher real, que tinha a reputação de feiticeira, e dentro de cem anos, bruxas em Espanha e Portugal estavam usando seu nome e invocando seu espírito para ajudá-las em seus feitiços. 


Ganhou a alcunha de “Grande Cortesã” por causa de sua vida na corte de Sevilha, onde entretinha a todos com alegria, charme, sedução, onde arriscou-se, pela primeira vez, em práticas mágicas para conquista amorosa.

Escapou a um processo da Inquisição, foi banida em Angola, onde aprofundou suas práticas graças aos feiticeiros locais; tornou-se famosa no Brasil anos depois, seu mito de Rainha do Candomblé ascendeu rapidamente nas noites quentes da Bahia. 


Às vezes é chamada de "Rainha sem coroa", por ter sido rainha do coração do rei Pedro I de Castela, o Cruel.

Maria de Padilla nasceu no século XIV, em lugar não determinado da Espanha, em 1334, filha de Juan Garcia de Padilla e Maria Gonzalez de Hinestrosa; pertencia a esta nobre família de Castela, originários de Burgos. As crônicas de sua época a descrevem como “muito formosa, de bom entendimento e pequena de corpo”.

Um encontro fortuito entre ela e o rei Pedro I de Castela faz com que se conheçam e nunca mais se separem, apesar das dificuldades e da peculiar história de amor que viveram. Diz-se que teria sido dama de companhia de D. Maria, mãe de D. Pedro I de Castela.

O rei Pedro I, “o Cruel”, chegou a casar-se duas vezes enquanto mantinha Maria como sua amante oficial, o que lhe concedia alta posição nos Reais Alcazares de Sevilha, residência oficial da dita dama, onde, com sua pequena corte, repartia notáveis privilégios para com seus familiares e conhecidos, o qual foi causa de descontento de alguns nobres e um dos motivos pelos quais se lutou na Guerra Civil Castelã, entre o rei e seu irmão bastardo Enrique de Trastámara.

Maria Padilha deu quatro filhos ao rei, a princípio ilegítimos: Beatriz em 1353, Constanza em 1354, Isabel em 1355 e Alfonso em 1359. Do último parto é mais que provável que ficassem sequelas ou que a peste fizesse perecer tanto a mãe como ao herdeiro. 
Maria Padilha faleceu em julho de 1361 e seu filho Alfonso em 1362.

Após sua morte, o rei Pedro I a chorou tanto que, um ano depois, nas cortes celebradas em Sevilha, declarou diante os nobres que Maria Padilha havia sido sua primeira e única esposa, e “teria casado com D. Maria por palavras de presente, ocultando esse casamento para evitar que alguns de seu reino se voltassem contra ele”, e que este matrimônio secreto se realizou diante o Abade de Santander, conseguindo que o arcebispo de Toledo declarasse nulos os dois matrimônios anteriores, pelo que as cortes ratificaram sua afirmação declarando-a rainha e legitimando sua descendência.

Por isso seu corpo foi transferido para a Capela dos Reis da Catedral de Sevilha, onde também se encontra enterrado o rei, sendo declarado herdeiro o filho de ambos, Alfonso.

Alguns dizem que ela teria morrido de tuberculose, o que lhe concedeu também poderes de cura, podendo ser invocada para curar qualquer tipo de doença. Seu orgulho fez dela protetora absoluta das mulheres diante os abusos dos homens, da burocracia e da dificuldade que uma mulher pode encontrar ainda hoje.




A força da falange de Maria Padilha

Apegada à matéria e à seus prazeres, Maria Padilha é chefe de falange na linha de Exu, atuando como Pombagira ao lado dos Exus. 

Na Umbanda, a verdadeira especialização de Maria Padilha, no entanto, é a solução de problemas relativos a vida conjugal, no sentido de união ou separação; por isso é que em muitos pontos (cânticos) é celebrada como a verdadeira “mulher de sete maridos”, um para cada dia da semana, e, dependendo da linha em que se encontre, escolhe um companheiro diferente para trabalharem juntos.

 Há muitas trabalhadoras que ajudam em sua missão espiritual; afinal, é uma poderosa Rainha. Sensual e às vezes sutil, gosta de utilizar armas pequenas, como as lâminas sevilhanas, facas curtas, mas afiadas. 
Poderosa em suas mirongas (feitiços) de amor, através deles, nos terreiros, Maria Padilha consola aqueles que perderam um grande amor. Suas orações são fortes e seu nome é poderoso: basta chamar por ela, que ela virá.

 Muda a preferência de oferendas segundo a linha em que trabalha, mas geralmente gosta de rosas vermelhas (pois é apreciadora da beleza), com a qual enfeita o cabelo ou o decote; de cigarrilha, anisete ou champagne; ama o luxo, o dinheiro, os homens, as joias, os jogos de azar, a boa vida, a dança e a música; tem um porte elegante, majestoso, orgulhoso e feroz. 

 Mostra-se como uma jovem e belíssima mulher de cabelos e olhos negros, seios pequenos e pele alva. Independente das diferentes idades que possa apresentar, o seu fascínio permanece imenso.






A Umbanda fez desta pombagira agente cármica por excelência, uma entidade capaz de expiar o mal cometido numa vida anterior, e de permitir, assim, uma maior evolução espiritual. Isso não significa que se possa falar com ela regularmente, para cada tipo de questão, para o bem ou para o mal.

Seu inconfundível axé une-se a múltiplas vibrações espirituais, portanto encontraremos diferentes qualidades de Maria Padilha com diversos modos de comportamento.




POMBAGIRA MARIA DO CAIS; POMBAGIRA DAS ALMAS; POMBAGIRA ROSA VERMELHA



"A moça que está na praia
Peixinho sabe quem é
 É vermelha a sua saia
 Vai chegar exu mulher"

 As pombagiras ligadas à praia geralmente foram mulheres que trabalhavam nas cercanias dos portos exercendo a prostituição ou servindo bebidas em botecos à beira mar, onde marinheiros e malandros reuniam-se fazendo negócios ou muitas vezes comprando contrabando trazido nos navios.

As pombagiras mais conhecidas desta linha são Pombagira da Praia, Pombagira Calunguinha do Mar, Pombagira Menina da Praia, e Maria do Cais. 

"Maria do cais,
ponha teus olhos no mar
Maria do cais
que seu amor vai voltar
ele foi prá longe
foi a navegar
Maria do cais
ele já está prá chegar".


 São relacionadas com os amores ilícitos passageiros ou encontros esporádicos com amantes.
Têm uma sensualidade mais agressiva; são obscenas, ousadas, desbocadas, destemidas.
Gostam de rosas vermelhas, espelhos, bijuterias, cigarrilhas e perfumes de aroma forte.
Bebem cerveja, embora possa aceitar outro tipo de bebida.
Recebem suas oferendas na beira da praia, em lugar seco, sobre a areia.




Uma luz vermelha 
Me iluminando
Eu sou filha da praia
nela vou girando
Eu sou filha da areia
Filha das ondas do mar
Pombagira da Praia 
Veio prá trabalhar

PARA HARMONIA NO AMOR (POMBAGIRA DA PRAIA)
Faça um padê de mel e champagne. Passe em seu corpo. Ponha em prato de papelão forrado de celofane vermelho. Leve à beira do mar. Acrescente 1 buquê de rosas brancas abertas sem espinhos (6) e um perfume (despeje o líquido sobre e ao redor da oferenda, e jogue o vidro no lixo). Acenda 3 velas brancas e 3 azuis, cantando e chamando pela Pombagira da Praia.


POMBAGIRA DAS ALMAS


Esta pombagira é a dama dos cemitérios. Apresenta-se como uma mulher de vestido longo preto e uma flor branca no decote. Aprecia maçã e cigarrilhas em suas oferendas e padê de champagne seco.

POMBAGIRA ROSA VERMELHA


Trabalha na encruzilhada com trabalhos amorosos, protege mulheres atacadas por maridos violentos. Se apresenta como uma mulher esguia, de cabelos longos e uma rosa vermelha na mão. Sempre que quiser a proteção desta entidade ofereça a ela uma rosa vermelha (sem espinhos) com uma vela vermelha em uma encruzilhada. 



25 de fev. de 2014

POMBAGIRA DAMA DA NOITE



Pombagira Dama da Noite está associada com a flor de aroma inebriante do mesmo nome (Cestrum nocturnium), com a qual manipula perfumes e óleos para a sedução.


Ela vibra em prostíbulos, motéis, locais de entretenimento (casas de show, bares, teatros, boates) e no erotismo da noite.
Apresenta-se como uma bela dama de cabelo curto preto e vestido negro (por trabalhar com a Linha das Almas), luvas compridas e fumando piteira. Sua presença espiritual em um ambiente é notada pelo cheiro da flor dama-da-noite, aroma que, quando incorporada, solicita, seja em perfume ou essência. 


"Ela veio no clarão da Lua
Dama da Noite, a gira é sua
Ela é pombagira de fé
que trabalha de acordo com a maré
À meia-noite, ela dá sua risada
Saravá, Dama da Noite, rainha da madrugada".


"Ela é feiticeira, ela é poderosa, ela tem axé, é dona da encruza, rainha da noite e do cabaré; o seu corpo é belo, seu sorriso cativa, seu perfume é flor; seu cabelo é negro, o olhar certeiro, ela traz amor; quando vem no terreiro não há quem não a olhe, ela é bela demais, e se tu não a conheces, ela é Dama da Noite, cuidado rapaz!"



Ajuda principalmente aqueles que trabalham no ramo do entretenimento, em especial as mulheres que enfrentam problemas relacionados à sua profissão ou vida. Embora seja muito sensual como as demais pombagiras, não significa que seja promíscua. Sua sensualidade induz respeito, e não necessariamente apetite sexual. Recorre-se à ela quando queremos tirar uma mulher da "vida torta" e dar-lhe um rumo certo. Ela pode ajudar a mulher a vencer a timidez e entrar em contato consigo mesma. 

Suas preferências são as mesmas de outras pombagiras, porém é mais refinada, com um gosto específico para champagne branco, martini com cereja, bombons; flores brancas; velas brancas e cigarrilhas de filtro branco. Recebe oferendas com itens em quantidade de sete (seu vínculo com Exu) ou treze (sua ligação com a Linha das Almas). 


OFERENDA PARA POMBAGIRA DAMA DA NOITE

Farofa com mel enfeitada com sete galhos/ flores de dama-da-noite. Forre o chão da encruzilhada com pano preto e ofereça com cigarrilhas brancas, champagne branco e um perfume (pode ser essência de dama-da-noite).

FEITIÇO DE UNIÃO (Pombagira Dama da Noite)

Escreva o nome completo do homem em uma vela em formato de pênis, de baixo para cima, o nome completo da mulher em uma vela em formato de vagina, de baixo para cima (também pode ser uma vela em forma de casal); amarre-as juntas com 7 fitas: vermelha, amarela, laranja, rosa, branca, azul claro e azul escuro, dando 7 nós. Deixe aos pés da imagem de dona Dama da Noite, sem acender, oferecendo uma taça de champagne e um cigarro aceso. No sétimo dia, acenda as velas.


POMBAGIRA MENINA

                                                           
Manifesta-se como uma típica menina (ainda que maliciosa), rindo, vestida de vermelho. É uma menina-moça, companheira de Exu Mirim; representa a energia e os atrativos da juventude. É especialista em atrair e conquistar rapazes - homens jovens e solteiros até 21 anos. Vibra em locais onde os adolescentes gostam de se encontrar, especialmente onde há dança, bebidas alcoólicas e atividades ilícitas são realizadas, encruzilhadas de praças e escolas, jardins situados em vias públicas ou parques infantis, sempre observando o que diz a entidade, podendo então a mesma alterar o local da entrega. Seus médiuns geralmente são pessoas com aspecto jovial, independente da idade.


Gosta de enfeites próprios de uma menina-moça (fivelas, fitas, etc), guaraná com champagne, bombons, balas de morango e erva-doce, bebidas alcoólicas doces e suaves, mini-rosas amarelas e velas cor-de-rosa e vermelhas.

Sua ajuda é muito grande, especialmente se for para evitar que uma adolescente virgem "se desvie". É a mais indicada para encontrar o amor verdadeiro e não relacionamentos temporários de prazer sensual, que tendem a ser o caso quando alguém pede um amor à uma pombagira.
Possui grande força também para curar casos de "paixonite aguda" muito comum em adolescentes, e mesmo ajudar a recuperar um amor perdido, desde que seja realmente amor, e merecedor dele. 

Oferenda para Pombagira Menina:

Farofa de mel com 21 pimentas biquinho arrumadas em círculo.  Uma garrafa de champagne rosé, 7 cigarrilhas e 7 balas de morango. Deixe em um parque infantil ou praça, com uma rosa vermelha ou amarela aberta, sem espinhos, lambuzada de mel. 

"Olha que menina linda,
Olha que menina bela,
Ela é Pombagira Menina
Me chamando da sua janela
Prá fazer amor com ela".
















POMBAGIRA CIGANA


♪ "Há duas estradas para você, uma é de espinhos e a outra é para escolher, ó Cigana! Ó Cigana! Sei que você não me engana!"



"Cigarrilha na boca,
uma gargalhada;
nas mãos delicadas
ela traz uma rosa
Pombagira Cigana
é a mais formosa
Ela é bonita, ela é cigana, ela é mulher!"

Na cultura cigana, a mulher tem importância fundamental, são as mulheres as encarregadas do sagrado e, sempre do sexo feminino, são a maioria das entidades que povoam o panteão cigano.

A Pombagira Cigana é a síntese de todos os espíritos ciganos, entidade de muitas manifestações, trazendo consigo praticamente todo o conhecimento esotérico desse povo. Embora possa ter sido, em vida, uma cigana banida de seu grupo pela transgressão de alguma regra, esse espírito também pode não ser de origem cigana - possuir essa denominação por ter convivido com o povo cigano quando encarnada, adquirindo alguns de seus hábitos ou conhecimentos magísticos.

Cheia de fogo, alegria e liberdade, estas são as coisas com as quais ela trabalha e que ela, em si, personifica, e as entidades de sua falange apresentam os mesmos traços. Ela é cheia de vida e sorrisos, muito conectada com um jeito leve de ver as coisas, e muito otimista.

Pombagira Cigana, essencialmente, encarna o arquétipo daquelas jovens que, por não conformidade, por fome de liberdade ou por falta de escrúpulos, vão contra as regras sociais. Nesse aspecto, Pombagira é muito semelhante a Iansã, todavia, pela vaidade e malícia que a distingue, tem muita ligação com Oxum.

Fascinante, misteriosa, atrevida, muito alegre, dona de uma risada estridente e contagiante. Não suporta nenhuma convenção - ama a liberdade e favorece a libertação de qualquer tipo de obsessão.

Extraordinária vidente, Pombagira Cigana é capaz de transferir este dom aos médiuns que a incorporam, que possam dar voz a seus conselhos e sábias previsões (muitas vezes durante a consulta lê a sorte nas cartas), não surpreendendo, considerando a reputação dos ciganos como adivinhos e outras coisas associadas com a concepção popular de um cigano: música, dança, arte, jogatina, vivendo à margem da sociedade ao invés de ser parte da engrenagem—o estilo de vida boêmio, em resumo. Também trabalha para o amor e assuntos sentimentais.




♪ "Mandei fazer um baralho de ouro só prá cigana jogar. Joguei no rei e parei no ás, quero ver você fazer o que a cigana faz."


Apresenta-se como cigana típica: lenço na cabeça, argolas, muitas bijuterias, vestida de vermelho com detalhes em dourado ou amarelo, uma rosa no decote, pequeno punhal com pedras vermelhas escondido sob a saia. Fala espanhol ou "portunhol".
É representada com um pandeiro ou cartas na não; geralmente lê a sorte com o baralho comum ou o Petit Lenormand (popularizado como 'baralho cigano').

Quando traz um pandeiro, age sobre o corpo e o espírito.
A alegria, o otimismo e o apetite pela vida, que caracterizam a cultura cigana, são suas características integrantes.

Sua vibração é uma explosão de audácia e simpatia, muito indicada às pessoas que parecem sempre mal-humoradas e lutando para construir relacionamentos. Ela nos faz superar os momentos difíceis da vida e acompanha-nos na juventude despreocupada, com o frescor de sua alegria.

O ensinamento que essa Pombagira transmite e o convite que faz é: divirta-se, aproveite a vida ao máximo, e nunca desanime diante dos problemas.


O aspecto negativo de seu arquétipo é uma completa indiferença para com os outros, o divertir-se egóico a todo custo, que leva a um distanciamento progressivo da realidade e dos valores.

Os que são atraídos por sua beleza, deixam-se seduzir por seus encantos e falsas promessas.

O dano que o "vício" - simbolicamente expresso na Pombagira - pode causar, deve ser um aviso a todos os que entram em contato com algumas entidades espirituais. Os efeitos que essas energias têm sobre as pessoas mais fracas e menos preparadas são sempre devastadores e perigosos para o corpo e a alma.

É invocada para resolver problemas judiciais, burocráticos e sentimentais; destrava o que estiver estagnado e abre ou fecha os caminhos para o amor, é excelente para fazer uniões com pessoas mais jovens; no rito amoroso, amarra ou torna impotente a pessoa visada, dominando-a totalmente. Raros são os homens que têm força de rebelar-se contra o seu poder. Atrai clientela para cartomantes e usuários de oráculos. 

Sua vibração atua em todos os lugares - feiras, mercados, praças, circos, acampamentos ciganos, ruas onde convergem a música, a nostalgia e o álcool. Mas seu local de axé principal são as estradas de terra sem intercessões.

Em sextas-feiras de Lua Cheia, recebe oferendas em locais frequentados por ciganos quando encarnados: estradas, sob árvores frondosas, campinas.

Oferenda-se a esta Pombagira através "da troca", barganhando. 

Velas e fitas coloridas (exceto preta, marrom e roxa), principalmente as vermelhas; champagne comum ou rosé; martini branco; lenço vermelho, amarelo ou estampado em cores vivas; rosas vermelhas e amarelas (abertas e sem espinhos); flores do campo; adornos dourados e com moedas; brincos de argola; perfume marcante de aroma floral ou adocicado; batom vermelho; incenso floral; cigarrilha; baralho (especialmente o Ás e 7 de Ouros); pandeiro enfeitado com fitas. 
Tudo sempre acompanhado por cartas de baralho que representem o que você deseja conseguir. 



ORAÇÃO: 
"Cigana linda, que és dona da natureza, ardilosa no falar, de olhar penetrante que busca o interior de nossa alma: as diversas encarnações te levaram a conhecer os mistérios, a magia do mundo espiritual e, em tua evolução, procuras nos ajudar.

Quantos pedidos e clamores te fazem no dia-a-dia que, com o estalar dos dedos, qual castanhola harmonizada, ou o tilintar de tuas moedas, atendes, dando solução para os problemas mais difíceis.

Rindo encantas, és atração mais forte que a própria luz. Em noites enluaradas, ao som mágico dos violinos, te apresentas em volta da fogueira brilhante, com a chama do amor e da verdade.

Em nossas mãos buscas, pelas linhas traçadas, desvendar o que o porvir nos assegura e, em tuas cartas, nos orientas no caminho a seguir; porém, quando a ti estamos ligados, repentinamente mudas de direção, esquecendo-te que és um oásis no deserto e por isso te pedimos: Cigana, deixa apenas por um momento de ser nômade e fica junto a nós".


♪ "Bem que eu lhe avisei que você não jogasse essa cartada comigo, você apostou no valete, e eu apostei na dama, amigo você não me engana, pomba gira cigana é pomba gira de fama".


"Num acampamento eu vi
uma linda cigana
que sorria para mim
Girando sempre a dançar
quanto feitiço tinha no olhar
Tão bela e tão faceira
Essa cigana, na verdade,
é feiticeira".






"Eu quero ler seu futuro
seu passado e seu presente
Sou Pombagira Cigana
Que veio lá do Oriente"


"Não viva de aparências,
Elas mudam.
Não viva do passado,
Ele não volta.
Não viva de mentiras,
Elas não mudam a realidade.
Não viva pelos outros, viva por você.
Porque você merece todo amor do Universo".


ASSENTAMENTO DE POMBAGIRA CIGANA DA ESTRADA 
(Apenas um exemplo, pois cada entidade tem seus elementos específicos):

1 ALGUIDAR;
 1 FERRAMENTA;
 ARGILA;
 1 PEDRA DE ENCRUZILHADA;
 TERRA (PÓ RECOLHIDO) DE: ENCRUZILHADA, PRAÇA, 
7 ESTRADAS,  ACAMPAMENTO CIGANO, COMÉRCIO OU AGÊNCIA BANCÁRIA, MATA, AVENIDA; 
AÇÚCAR MASCAVO; 
CANELA EM PÓ; 
CRAVO DA ÍNDIA EM PÓ; 
PÓS DE PEMBA PRETA, VERMELHA, AMARELA E AZUL;
 PÓ DE CARVÃO; 
PÓS DE FERRO (PROTEÇÃO), CHUMBO (PROTEÇÃO; CONSERVAÇÃO DOS PEDIDOS) E COBRE (ATRAÇÃO DE SENSUALIDADE, PRAZER E SORTE); 
PÓ DE UMA MAÇÃ TORRADA; 
7 TIPOS DE PIMENTA; 
7 TIPOS DE FOLHAS DE EXU; 
7 FOLHAS DE ABRE CAMINHO; 
7 TIPOS DE BEBIDAS DOCE; 
AZEITE DE DENDÊ; 
MEL; 
AZOUGUE (DOMÍNIO DA MENTE E IMPULSOS QUE ESCRAVIZAM); 
CASCAS DE UMA MAÇÃ; 
SEMENTES DE MAÇÃ; 
SEMENTES DE UVA  ROXA; 
FAVAS: DE POMBAGIRA, DA SORTE, ALIBÉ, ABERÊ, DE EXU (OLHO-DE-CABRA), GARRA DE EXU; 
1 ROSA VERMELHA; 
PÉTALAS DE 7 TIPOS DE FLORES;
 1 TREVO DE 4 FOLHAS; 
21 CARTAS DE BARALHO; 
2 DADOS; 
21 MOEDAS (7 ATUAIS, 7 ANTIGAS E 7 ESTRANGEIRAS); 
1 CÉDULA DE DINHEIRO ESTRANGEIRO;
 JOIA DE OURO (FORÇA SOLAR ATRATIVA DE RIQUEZA E GLÓRIA); 
JOIA DE PRATA (FORÇA LUNAR PARA CONEXÃO DA MENTE DO MÉDIUM COM A ENERGIA DA ENTIDADE; INTUIÇÃO E PROTEÇÃO); 
21 BÚZIOS ABERTOS; 
1 FERRADURA; 
1 IMÃ; 
7 PUNHAIS (PROTEÇÃO E SOTERRAMENTO DE ENERGIAS NEGATIVAS); 
21 PREGOS; 
7 CRISTAIS COLORIDOS (ÁGATA DE FOGO, TURMALINA NEGRA, PIRITA, PEDRA DA LUA, CITRINO AMARELO, ESMERALDA, LÁPIS LAZULI); 
7 IDÉS COLORIDOS; 
BIJUTERIAS DOURADAS; 
BATOM VERMELHO; 
PERFUME FEMININO; 
ESSÊNCIAS DE CANELA, ROSA E ALMÍSCAR;
 ESPELHINHO REDONDO; 
LEQUE E CASTANHOLAS (SE ELA FOR ESPANHOLA); PANDEIRO COM 7 METROS DE FITAS ATADAS: LILÁS, VERMELHA, AMARELA, LARANJA, AZUL, ANIL E VERDE.   


A sua tenda está firmada na estrada, 
A sua vida tem história pra contar! 
Ela não tem paradeiro, 
Anda de lá pra cá, 
Traz uma rosa na mão,
 Para lhe ofertar! 
Traz um baralho na mão, 
Para lhe ajudar! 



Conta-se que corria o século XVII…Ao sul da velha Europa chegavam os primeiros acampamentos de ciganos vindos do Oriente. Imigrantes à força, dado que foram praticamente desterrados por seu estilo de vida e por serem considerados feiticeiros (o que não deixa de ser verdade). Um povo alegre, amante da natureza, seu teto era o céu. Gostavam de cantar e dançar. Suas festas habituais eram alegradas pelo som de castanholas, violões, violinos e pandeiros.
Entre a deslumbrante beleza das ciganas, uma em especial sobressaía; uma esbelta morena de cabelos negros ondulados e olhos claros, que emolduravam a beleza de seu rosto.
Era a única filha do barô (chefe) do acampamento, uma jovem alegre e herdeira da sabedoria de seus ancestrais, sempre disposta a ajudar sua gente no que fosse necessário.
Em torno de seus vinte anos, notou que seu coração pulsava diferente, o amor se havia instalado nele. O que não imaginava é que esse amor se converteria no calvário de sua vida. Apaixonada por um rapaz não-cigano, e correspondida, deviam, por essa razão, manter seu amor oculto, uma vez que aquela união jamais seria aceita.
Assim, passaram dois anos amando-se às escondidas, aproveitando o pouco tempo que tinham para estar juntos.
Ao ficar ciente daquela relação, seu pai fez desaparecer o rapaz...
A partir de então a vida da ciganinha tornou-se um tormento.
Seus olhos já não brilhavam, o sorriso havia se apagado de sua face. 
Em vão, buscava uma resposta, mas ninguém a dava... 
Certa noite, despertou repentinamente e, como que guiada por um impulso ou intuição, dirigiu-se ao bosque espesso. Chegou ao pé de uma árvore que foi testemunha dos mais belos momentos de sua vida e lá sentiu seu mundo desmoronar. Ao pé da velha árvore, onde começou a construir sonhos de uma vida cheia de amor e felicidade, jazia, sem vida, o corpo de seu amado. 
Embargada pelo pranto e a incerteza, se deixou cair abraçando o corpo do moço a quem havia jurado amor eterno.
Não sendo suficiente semelhante dor, viu, cravado no peito de seu amor, o punhal de seu pai. Sem hesitar, cega pela dor, arrancou o punhal, olhou o céu por um instante, e tirou sua própria vida…
A tristeza caiu como um manto sobre aquele acampamento.
Já não havia alegria, nem se escutavam violinos e pandeiros, somente o som de lamentos.
Não encontraram os corpos, apenas o punhal atravessando dois corações talhados na velha árvore…
Por ter se suicidado, o espírito daquela cigana jamais pode encontrar o espírito de seu amado no mundo espiritual, e assim, para obter esse reencontro, a cigana volta à Terra, ajudando a unir aqueles que verdadeiramente se amam, trabalhando para que alcancem a felicidade possível no mundo material.




DIFERENÇAS ENTRE POMBAGIRAS E CIGANAS


Em sua obra, “O Exu Desvendado”, Miriam Prestes esclarece:

Há dois tipos de espíritos ciganos que incorporam na umbanda:

- o Povo Cigano do Oriente.
- A Pombagira Cigana e o Exu Cigano.

O Povo Cigano do Oriente, mesmo vindo na gira de Exu, sempre deixa bem claro que ele "não é Exu", mas vem nessa Linha para poder trabalhar.
São suaves na fala, de comportamento dócil e extrema meiguice. São as únicas entidades (nas giras de Exu) que trabalham com crianças, permitindo-lhes a aproximação e os passes. 
Alguns até aceitam ser padrinhos espirituais dos pequenos.

Sua dança não tem o ritmo pesado dos Exus, sendo leve, marcando uma coreografia mais típica dos ciganos encarnados através
do sapatear, o bater de palmas sobre a cabeça, o estalar de dedos como castanholas.

Tanto os Ciganos quanto as Ciganas do Oriente não dão gargalhadas ao chegar, típico comportamento de Pombagiras, e as cores de seus vestuários geralmente são coloridas, afastando-se do vermelho puro.

Como materiais utilizam-se de coisas aparentemente simples como frutos (predominantemente a maçã), fitas de várias cores, perfumes, varetas de incenso, moedas, ervas, temperos (canela, cravos da índia, açúcar cristal, erva-doce, hortelã, gergelim), pães, moedas, cristais e pedras semipreciosas, tecidos finos, joias imantadas, muito mel e suas oferendas costumam ser mais parecidas com os pratos ciganos do que propriamente aqueles servidos a qualquer Exu.

O Povo Cigano do Oriente aprecia carne de porco como chuletas (carré) fritas, carne de frango ou, se possível, de peru com sal, temperos, às vezes com um pouco de mel em vasilhas simples, de barro ou cestos de vime. Arroz doce, coquetéis à base de frutas (inclusive com leite condensado), licores de frutas, amam o vinho tinto, frutas variadas (apreciam muito as maçãs e os morangos), favas de pichulin (patchouli) ralados ou não, tchaios (chás da índia com açúcar ou mel com frutas picadas), ponches, frutas secas
e cristalizadas ou em calda, velas das mais diferentes cores, sempre
obedecendo à receita individual de cada entidade não havendo jamais similar, mesmo que a entidade use o mesmo nome.

Nas giras, algumas gostam de ler a mão, abrir o tarô.

Esse Povo jamais aceita o sacrifício animal, sob nenhuma hipótese, e apresentam um diálogo mais rico, mais repleto de sabedoria do que os demais.


Já as Pombagiras Ciganas, aquelas que se dizem Exu, fazendo parte dessas trincheiras, mostram uma atitude muito diversa daquela relatada acima.
Quando chegam dão gargalhadas à semelhança de todas as pombagiras ou um grito estridente, de uma única nota aumentando a sonoridade ao final, cumprimentando congás e tronqueiras exibindo o tridente (o gesto indiano de trishula) com os dedos.

Seu dançar é pesado como os demais Exus, não guardando em nenhum momento os movimentos de dança cigana, salvo tremular a mão como se segurasse um pandeiro. Como as Ciganas do Oriente, giram muito. Seus rostos apresentam uma certa alegria nervosa quando chegam no terreiro, mas logo fecham-se em um rosto muito severo.

Sua fala é similar àquela dos Exus. Seca, irônica, às vezes rude. 
Não procura ser simpática, sendo às vezes até dasaforada, mas sempre, em sua malícia, despertam afinidades junto ao público feminino que as procuram para tratar de assuntos como falta de emprego, dinheiro, amor. Essas pombagiras ciganas também trabalham em demandas pesadas e às vezes "cruzam-se"
(afinizam-se) com o Povo do Cemitério. Algumas delas dizem-se "do forno", "do cemitério", "da calunga", mantendo como par vibratório um Exu notadamente dessas regiões.

Essas pombagiras, contrariamente ao Povo Cigano, poderão vestir-se de vermelho dos pés à cabeça, mas jamais usarão o preto guardando uma antipatia por essa cor por julgá-la "de má sorte", “de luto”.

Suas oferendas costumam ser aquelas típicas de Exu, misturadas com o Povo Cigano. Assim, entre farofas e pipocas, poderemos encontrar maçãs e frutos, aceitando mel e o azeite-de-dendê, simultaneamente. Fumam cigarros, cigarrilhas e algumas ciganas fumam charutos, à semelhança de algumas mulheres desse povo, geralmente as mais velhas.

Como todo o Povo Cigano, adoram receber bijuterias como presentes por graças alcançadas, lenços, adornos simples, quando mantida a doutrina de pedir pouco, fazendo muito.

A Pombagira Cigana aceitará velas vermelhas (jamais vermelho e preto) e, algumas, velas cor de rosa (cor do Povo do Oriente), bem como materiais de trabalho nessa cor. Nota-se também que o uso, o manuseio desses elementos demonstram fazer um trabalho "mais pesado". Mais parecido ao qual um Exu comum faria.

Em suma, a pombagira ou o exu cigano é uma entidade liminar entre o Povo de Exu e o Povo Cigano. Ela não é de todo um, nem de todo, outro. Eis porque seu tratamento e doutrina será mais severa do que a Cigana do Oriente, mais dócil e mais evangelizada.

Tanto uma, quanto outra sempre terão um nome próprio. Assim, como exemplo, a pombagira cigana dirá chamar-se "Pombagira Cigana Fulana da Estrada", utilizando-se qualquer nome próprio válido dentro da grande relação existente para essas entidades.
O mesmo fará as Ciganas do Oriente, que poderão chamar-se "Cigana Fulana do Oriente", "Cigana Fulana da Estrada", "Cigana Fulana do Pandeiro" ou "Cigana Fulana Cartomante" em
atributos típicos desse Povo, salientando bem que não é uma pombagira comum para responder em lugares como encruzilhada, cruzeiros, calunga, forno, cemitério.








ESCLARECENDO SOBRE EXUS





Trechos da obra "O Exu Desvendado", de Míriam Prestes:

Muitos Exus tiveram uma vida recente na Terra. 
Foram pessoas comuns, com problemas comuns. 
Coincidentemente todos morreram de forma trágica, presos aos vícios e situações problemáticas prendendo-os na densidade mais baixa que há na espiritualidade: o nosso plano físico. 
Os Exus de reencarnação mais "antiga" viveram em meados do século 18, como muitas ciganas. 
Outros, fizeram parte das cortes européias, brasileiras ou alta sociedade, como contam as Pombagiras Rainhas.
Outros, na Europa ou Brasil no início do século, como alguns Exus que se apresentam de capa e cartola. Mas a grande maioria, verdadeiramente, pertenceram às primeiras décadas do século 20, muitos deles vivendo na área de boemia como as centenas de Zé Pelintras, Marias Padilhas, Quitérias, Damas da Noite dentre tantos.
Gente que viveu na boemia, amantes do sexo, do prazer, dos vícios, colhendo a dor decorrente de uma vida longe dos verdadeiros sentimentos, piorada na vida além da morte...Gente abandonada, injustiçada, sem o apoio da sociedade...Gente que passou a vida inteira rolando sem um amigo, sem uma família, sem apoio de ninguém...Foram perseguidos, humilhados, cujas "casas de família" batiam suas portas em seus rostos como se fossem transmissores de alguma doença contagiosa...
Rolavam sem fé em Deus, sem fé em nada... apenas fé no
dinheiro... no poder. Nas aparências do mundo físico que é apenas uma ilusão passageira...Gente que foi nobre, teve o poder temporal, utilizando-o para roubar ainda mais dos pobres, humilhar pessoas, vivendo nas vitrines do mundo como pessoas "respeitáveis" à maioria...
Todos ludibriaram a vida, achando que nada encontrariam ao morrer...Esses espíritos, que já vinham de outras vidas sofrendo os males de sua própria imprevidência, na sua própria descrença em valores reais e em Deus, ao morrerem encontraram-se consigo mesmo.
Redescobriram novos valores. Queriam mudar. Mas ainda estavam presos à densidade física desse plano, pelas sensações aos quais eram ainda simpáticos...
Na verdade, quem hoje transita no grupo que intitulou-se "Exu", teve uma vida dissoluta, longe da espiritualidade superior. 
Desperto, porém em sua nova realidade, agora quer se redimir. Reconstruir, auxiliando justamente aqueles que cometem os erros que, um dia, os tornaram gente sofredora.

Exu é um espírito em evolução. Ainda guarda afinidade às paixões terrenas.
Ao amor, ao ódio, à vingança. Não perambulam pelo Umbral em tarefas porque são espíritos luminares. Trabalham ali, porque precisam. Precisam evoluir!

Os quiumbas, espíritos trevosos, passam-se por exus, mas facilmente os reconhecemos, por serem falastrões, arrogantes, pretensiosos, beberrões, falando palavrão, sem respeito à homens e mulheres presentes, pedichões, interesseiros... e mentirosos.

Um quiumba disfarçado de Exu não trabalha por uma flor, uma garrafa de bebida, um pequeno agrado. Quer oferendas significativas, sacrifícios nas encruzilhadas com freqüência.
Quanto mais sangue, melhor... verdadeiro vampiro do astral, sorve a energia do sangue e do desprendimento ocorrido no estertor
da morte das vítimas, com avidez. O sacrifício animal é uma das fontes mais ricas em energias revitalizantes para os espíritos mais materializados. Esses "Exus" parecem estar sempre morrendo de fome. Nada os satisfaz.


Por que Exu não gosta de luz acesa, de incorporar/trabalhar à luz do dia, na claridade?

Durante o dia, o Sol produz a ionização de toda a atmosfera.
O mesmo acontece com o gás preso dentro das lâmpadas.
Através de uma carga elétrica, tanto a atmosfera quanto o gás ficam luminescentes, nessa reação em cadeia. Quanto mais ionizado (luminoso) for um ambiente, mais eletrificado será, o que é capaz de provocar sérios ferimentos no perispírito, nos corpos astralinos, de entidades mais materializadas, como Exu.
Tanto quanto têm dificuldade em manusear as energias mais densas (em trabalhos diversos), sentem profundo mal-estar. Uns queixam-se de "dor".
Em alguns casos, essas energias serão dissolvidas ao contato da luz, em outras palavras, "desmanchadas". Por isso recomenda-se que se enterrem certos "trabalhos", colocando-os dentro das tronqueiras.

Seu horário mais freqüente é após a meia-noite, quando a atmosfera já perdeu completamente sua ionização, sua eletrificação. É nesse horário que "Exu fica mais forte". Traduzindo-se, pode manipular energias com amplo poder.

Exus não apreciam crianças na assistência. Essas atraem espíritos de elevadíssima condição espiritual para si e seus fluidos são tão
sublimes que "atrapalham" sua vibração, mais pesada. Mas se lá
estiverem, não lhes darão "passe".
Exu não embala crianças nos braços, pelo motivo acima apresentado.
Exu jamais é conivente com vícios, prostituição, traições conjugais,
roubo, uso de violência contra outro ser humano. Têm um grau de
tolerância maior que os Caboclos e Pretos-Velhos a tais práticas por
compreenderem e terem piedade de nós, mas até certo ponto.

Exu de Umbanda jamais rege cabeças. Ninguém pode ser "filho(a)" de Exu. Cabeça de médium em qualquer culto afro-brasileiro
pertence apenas a uma única força: a de seu Orixá.